Como manter a saúde auditiva das crianças
Cuidados na infância refletem na vida adulta
A infância é o período que vai desde o nascimento até cerca do décimo segundo ano de vida de uma pessoa. Esse é um período de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da criança - especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a puberdade. Porém, é também na infância que muitos cuidados de saúde precisam ser tomados para que não se tornem problemas depois do crescimento. “E um cuidado que precisa de muita atenção dos pais é na saúde auditiva do pequeno, que, se não for bem cuidado, pode prejudicar muito o seu desenvolvimento escolar e até social”, explica o Dr. Alexandre Cercal, otorrinolaringologista de Curitiba, PR.
Recém-nascidos diagnosticados com surdez
Preocupa o fato de que a cada mil recém-nascidos, três são diagnosticados com algum tipo de problema na saúde auditiva, principalmente a surdez. Para ajudar no reconhecimento de qualquer doença auditiva nas crianças, já foi sancionado, em 2010, a obrigatoriedade do “Teste da Orelhinha” em todos os recém-nascidos. “Esse foi um passo muito importante para todos os brasileiros, pois este teste é fundamental para prevenir doenças e problemas auditivos”, destaca.
Como funciona o teste? Ele é realizado já no segundo ou terceiro dia de vida do bebê e é indolor e não tem contra-indicações. “O exame é imprescindível para todos os bebês, principalmente àqueles que nascem com algum tipo de problema auditivo. Um recém-nascido que tem um diagnóstico de problemas na saúde auditiva e intervenção fonoaudiológica até os seis meses de idade pode desenvolver linguagem muito próxima a de uma criança ouvinte”, enfatiza Cercal.
Por que a audição é importante para a criança
O especialista ressalta que, sem tratamento, a criança com dificuldade auditiva pode perder estímulos importantes para o seu desenvolvimento, que envolvem a sua comunicação e socialização.
“Os sons são essenciais na formação do indivíduo. Quando as enfermidades demoram para ser detectadas e a criança fica três, quatro anos sem o diagnóstico, já pode ser tarde para começar os tratamentos”, alerta. Nessa idade, o prejuízo no desenvolvimento emocional, cognitivo, social e de linguagem da criança já está comprometido.
“É como uma bola de neve: a criança cresce e tem dificuldade em ouvir ou se expressar e, com isso, sente mais dificuldade em se socializar. Isolada por não ter fácil acesso ao grupo de colegas, ela pode apresentar depressão. E por aí vai”, comenta o médico.
Para que isso não aconteça, o especialista aconselha que os pais procurem sempre um pediatra, médico otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo quando houver alguma suspeita de perda auditiva na criança. “É muito importante também realizar todos os exames preventivos até os seis meses de idade da criança, pois há muitas chances de recuperar a audição do bebê em praticamente 100% dos casos quando tratados precocemente”, conclui Cercal.
Como estimular uma criança com perda auditiva
É importante que crianças com perda auditiva utilizem aparelhos auditivos para que possam entrar em contato com os sons e, com a ajuda de familiares e reabilitadores, aprender a escutar e a falar sem que seu desenvolvimento seja comprometido.Como a audição é um sentido requisitado a todo tempo, é fundamental que a criança utilize corretamente o aparelho no período em que estiver acordada.
Para os pais e pessoas que convivem com os pequenos que têm algum tipo de perda auditiva, algumas dicas simples podem ajudar a melhorar a comunicação:
Fale próximo da criança, de preferência no mesmo nível do rosto dela
Evite conversar com ela quando outros ruídos, como o som da TV, possam competir com a sua voz
Converse um pouco mais devagar que o normal, mas sem exagerar na articulação das palavras, sem gritar ou elevar muito a voz
Dê tempo para que a criança possa processar o que foi dito e lhe dê uma resposta. Se perguntarmos e, ao mesmo tempo, respondermos pela criança, isto não vai ajudá-la.
Quer saber mais? Conheça o processo de desenvolvimento auditivo das crianças aqui
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Baseado em : www.primeiraedicao.com.br